Há
onze dias, o Jornalista Gustavo Chacra escreveu um ótimo texto em
seu blog do Estadão. Ele desmistificou a imagem de “rock star”
impregnada em Obama pelos obamistas. Trata-se de um texto
interessante, sobretudo porque desconstrói a imagem de bom moço de
Obama. O presidente norte-americano beija sua esposa e filhas à
noite e de manhã mata civis. Vejamos:
“OBAMA,
EM 4 ANOS, DEIXOU DE SER “ROCK STAR” E VIROU POLÍTICO NORMAL
Quando
Obama assumiu o poder em 2008, ele foi tratado quase como um
“Messias” por muitas pessoas. Era difícil, sem dúvida,
responder a expectativas enormes. Até um Nobel da Paz deram para
ele, de maneira bizarra, em seu primeiro ano de mandato. Hoje, ao
iniciar o seu segundo mandato, o atual ocupante da Casa Branca, para
quem acompanha um mínimo de política e economia americana, se
transformou em um político normal, com fraquezas e qualidades.
Verdade,
muitos ainda o idolatram como um rock star ou algo do gênero. Gostam
de Obama porque gostam de Obama. Não há o que fazer. Para eles, o
presidente ainda é uma figura da paz, incapaz de matar centenas de
civis com seus Drones no Yemen, na Somália e no Paquistão, de
triplicar o número de tropas no Afeganistão e de deportar 1,5
milhão de seres humanos. Não há muito o que fazer em relação
a estas pessoas. São fãs cegos do presidente.
Os
demais sabem dos enormes fracassos de Obama, como na economia e na
imigração, e seu relativo sucesso na área da saúde, embora ainda
seja complexo afirmar que sua reforma tenha sido positiva para a
população americana pois não foi inteiramente implementada.
Nestes
próximos quatro anos, sempre podem ocorrer eventos inesperados, os
cisnes negros, que determinarão o mandato. Uma guerra entre a China
e o Japão, por exemplo, alteraria completamente o cenário
internacional. Dentro do previsível, sabemos que a Argélia não o
consulta para realizar uma operação envolvendo reféns americanos.
A França inicia operação em Mali praticamente sem coordenar com a
Casa Branca. Israel constrói assentamentos e a Palestina busca
reconhecimento na ONU apesar da oposição de Washington. O regime de
Bashar al Assad e a oposição síria o ignoram completamente. E ele
ignora totalmente a América Latina, incluindo o México, a ponto de
não ter citado a região em nenhum de seus debates e discursos de
campanha.
O
combate ao terrorismo, vendido como vitória pelo assassinato contra
Bin Laden, sofreu um duro revés. A Al Qaeda no Maghreb se fortaleceu
depois da queda de Muamar Kadafi, que contou com o apoio de Obama.
Basta ver os eventos na Argélia, na Líbia e em Mali. Na Península
Arábica, Obama segue com seus assassinatos seletivos com Drones, que
matam lideranças do braço da Al Qaeda na região, mas também
deixam centenas de civis, incluindo crianças e mulheres, mortos.
O
jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal “O Estado de S.
Paulo” e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações
Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é
mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já
fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de
Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e
Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio.
Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise
Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no
Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da
Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente
da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de
Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios”
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